segunda-feira, 15 de abril de 2013

Ser feliz não tem graça

Seria legal se todo mundo pudesse encontrar aquilo que quer, sem empecilhos nem dificuldade. Seria bom, seria fácil. Seria sem graça se toda entrevista de emprego desse resposta positiva, toda prova fosse um 10, todo amor correspondido, toda barra de chocolate revertida em músculos tonificados.

Sem a tristeza não tem alegria. Parece clichê, mas é verdade. Quando eu era pequena, estava na casa de uma amiguinha e ela me confidenciou que gostaria que no mundo só existisse felicidade, que não tivesse fome nem guerras. Na inocência da minha uma década e pouco de vida, discordei. Falei que não teria graça nenhuma em ser feliz sem ser triste, quem é que aguenta sorrir o tempo todo? Cresci. Continuo na mesma.

Me pego pensando nesse assunto de vez em quando e sempre me surpreendo: não seria maravilhoso acabar com todo o sofrimento do mundo? Seria sim. Porém, para nós, pessoas que não sofrem mal maior do que reprovar cadeiras na faculdade, um pouquinho de dor faz bem. Sem se cortar não dá pra ver a pele se refazendo. Sem cair não existe a glória de levantar. Sem chorar um pouquinho, um sorriso não vale nada.

Quem se faz de feliz o tempo todo (o facebook tá aí pra isso), sinto em informar mas não quero ser como você. A minha felicidade é bem melhor e dura bem mais, justamente porque não dura nada. Vivo reclamando pelos cantos de quanto a vida é injusta, mas nada me faz mais feliz do que um sorvete de charlotte em um dia quente. E aqui em Fortaleza todo dia é quente. Todo dia eu posso me fazer feliz, mesmo depois de acabar de comer até a casquinha.

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