segunda-feira, 13 de maio de 2013

Também fui pro Paul

Cheguei quase 4h da tarde e já tinha uma fila enorme. Até finalmente conseguir entrar no Castelão foram necessários vários biscoitos, garrafas de água e um senhor com a fantasia azul de Paul McCartney. As entradas das cadeiras inferiores e superiores se misturaram e foi a maior confusão, quem tava atrás conseguiu furar facilmente. Duas escadarias e uma boa corrida depois, achei meu lugar exatamente onde queria, já banhada de suor por ter corrido e por Fortaleza ser como é.

Esse senhor na fila botou no chinelo todas as blusas personalizadas

A lanchonete do Castelão já esvaziou depois de uma hora e a outra tinha uma fila aterrorizante. Ruffles nunca pareceu tão bom. Atrás de mim, um cara levantou a bandeira do Ceará e, do seu lado, quem diria, outro levantou a do Fortaleza. A do Ferroviário apareceu minutos depois. Não teve briga, só risadas. Se todo dia no estádio fosse assim, o mundo seria outro.

Deus abençoe o telão 

A espera foi angustiante, mas cada minuto, gota de suor, centavo e paciência gastados se evaporaram nos primeiros acordes de “Eight Days a Week”. Meu pai pulou mais do que eu e vi o estádio inteiro gritar de uma vez só. Ficar nas cadeiras inferiores dava uma boa distância do palco, mas era bom pra sentar e não ter ninguém atrapalhando sua visão. Em “Let it Be”, quando o Castelão levantou seus celulares, a visão foi linda. Quando jogaram os balões em “Hey Jude”, foi inexplicável.


No final, com os pés latejando, o trânsito estava tão caótico que fez meu taxista se perder o suficiente pra que precisássemos andar até ele, metros atrás de metros, já com a rua vazia e sem polícia. Quando finalmente cheguei em casa, 2 horas da manhã, depois de dar carona pra uma mulher perdida, deitei e instantaneamente senti saudades de um britânico, sua disposição, o barulho ensurdecedor e um guitarrista no mínimo gato. Rusty Anderson, também amamos você.


Podia fazer um post inteiro falando música por música, dizer o quanto Paul McCartney é incrível e da emoção que senti, mas acho isso desnecessário. Basta dizer que estive lá e todo mundo que uma vez esteve vai entender. Basta dizer que vi senhores chorando e crianças pulando, um pedido de casamento no palco e ainda pude dividir esse momento com o meu pai e meu irmão. Precisa descrever?

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