terça-feira, 5 de novembro de 2013

Meu doce, minha doçura, mas sem açúcar


O que fazer, meu doce, minha doçura, mas sem açúcar, se te vejo em cada poste de meia-luz? Como andar nessa rua, na passarela, malabarista, se troco meus pés pelos teus?
Seria fácil só te dizer "quero você" se não fosse esse eclipse, esse céu sem estrelas, esse dia de pouca chuva. Te encontraria amanhã mesmo, correndo, tropeçando, na corda-bamba, não tendo esse espaço, buraco-negro, silêncio, entre nós dois.
Então vê se me encontra você. Não uma, mas duas, três vezes. Não é pra ontem, pra hoje, pra amanhã, o que eu quero é muito mais. Quero esse instante e esse instante que não acaba, meu doce, minha doçura, mas sem açúcar.
O que eu não te disse me pesa, carrego comigo e só o som do teu nome já me faz cair, rodopiar, tá tão pesado, mas flutuo. Então espero. Porque é doce e eu amo doce (mas agora, sem açúcar).

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